HISTÓRIA DO ELETROMAGNETISMO - PARTE I

Por: Ana Caroline Pschedit


AS PRIMEIRAS OBSERVAÇÕES 

Podemos dizer que o homem, sempre observou fenômenos eletromagnéticos, mesmo sem saber da existência da eletricidade ou do magnetismo, sendo muito difícil definir exatamente quando o homem tomou esse conhecimento.

Existem registros de que Tales de Mileto (640 - 550 a.c) filósofo pré-socrático, já conhecia a magnetita, pedra com um comportamento um pouco estranho. Conta-se que um pastor chamado Magnos, percebeu que algumas pedras grudavam em seu cajado de ferro, estas ficaram conhecidas como magnetitas. Essa rocha, composta por ferro e oxigênio (Fe3O4) é um composto ferromagnético, ou seja, na presença de um campo magnético, pode se imantar fortemente, tendo comportamento parecido com o de um imã.  Da palavra magnetita surgiram os termos magnetismo, magnético e etc.

Outro fenômeno também observado por Tales foi a eletrização por atrito. Após esfregar um pedaço de lã ou couro em um pedaço de âmbar ( seiva endurecida de algumas árvores) percebeu que este passava a atrair pequenos objetos como penas ou poeira. Apesar de ser o responsável pela percepção de um fenômeno elétrico o filosofo não conseguiu explicar o que ali acontecia.  Âmbar, em grego, significa elektron, assim mais tarde sugiram as palavras elétron, eletricidade e etc.


A EXPERIMENTAÇÃO

William Gilbert (1544- 1603)  médico Londrino, em 1600 publicou a obra “De Magenete”,  onde expõe uma grande quantidade de conhecimentos adquiridos a partir de experiências. Foi também um dos primeiros a começar a experimentar com certo método os fenômenos observados por Talles. Em suas experiências ele descobriu que vários materiais podiam adquirir característica parecida com a do âmbar. Até então imaginava-se que a atração da magnetita e do âmbar seria o mesmo fenômeno, mas Gilbert conseguiu distinguir a eletricidade e o magnetismo, mostrando que são efeitos diferentes. O médico também conseguiu verificar o campo magnético terrestre, definindo a terra como um imã gigante.  Em sua obra foi citado pela primeira vez o termo eletricidade.

Apesar das experiências de Gilbert, a pesquisa nesta área caminhava de forma lenta, havia grandes dificuldades,  afinal sempre que se precisava de eletricidade era necessário atritar dois materiais, manualmente, e utilizá-los rapidamente antes que perdessem a carga elétrica adquirida com o atrito.  Otto Von Guericke (1602-1686) foi um personagem importante para o progresso desses estudos, ele construiu o primeiro eletrizador “automático”, facilitando os experimentos com eletrostática.  A máquina (veja na figura 01) trata-se de uma esfera controlada por uma manivela, ao girá-la, a esfera conectada a ela também gira e atrita-se com a base da maquina, gerando uma grande quantidade de carga, reproduzindo na verdade o mesmo processo manual de atritar dois materiais diferentes.


Figura 1 – Máquina de Otto Von Guericke - Fonte: www.coe.ufrj.br


Na Holanda, em 1745, Peter von Musschenbroek, professor da universidade de Leyden , criou um aparato experimental que se tornaria muito importante para a ciência. Tratava-se de um tubo metálico cheio de água, em seu interior um fio de cobre que ficava conectado a uma máquina eletrizadora.  Primeiramente Peter não  percebeu que o tubo estava armazenando carga elétrica e o deixou sobre uma bancada. Um de seus alunos desavisados, encostou no tubo metálico e no fio ao mesmo tempo, o resultado foi um intenso choque que quase levou o estudante a morte.  Assim nasceu a garrafa de Leyden, um equipamento que poderia armazenar eletricidade. Agora a eletricidade gerada na maquina de Otto Von Guericke poderia ser armazenada e levada a qualquer lugar para fazer experimentos.


ELETRICIDADE PRATICA E QUANTITATIVA


Figura 02 – Para Raios 
Fonte: www.comofazer.com.br

Neste momento da história vários pesquisadores ao mesmo tempo se interessam pela eletricidade e diversos experimentos acontecem simultaneamente.

Benjamin Franklin (1706-1790) fazendo diversos experimentos com hastes metálicas e pipas descobriu que os raios eram fenômenos elétricos. Foi também o inventor dos pára-raios. Agora os estudos a cerca da eletricidade começaram a ganhar utilidade prática, neste caso proteger as pessoas de descargas elétricas naturais.

Charles Augustin de Coulomb (1735-1806), utilizando uma balança de torção, em 1785, comprovou a lei que viria a ter o seu nome: 1ª lei de Coulomb. A lei e Coulomb traz a possibilidade de um estudo quantitativo sobre a eletricidade.

A Lei de Coulomb enuncia que: a intensidade da força elétrica de interação entre cargas puntiformes é diretamente proporcional ao produto dos módulos de cada carga e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.

Até aqui o estudo sobre eletricidade e magnetismo evoluiu bastante, porém terá uma evolução ainda maior com a invenção da pilha e a utilização da corrente contínua.
No próximo texto: História do Eletromagnetismo II, conheceremos mais sobre esta história.


REFERÊNCIAS:


Artigo:  A história do Eletromagnetismo. Disponível em:
http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem1_2003/992558ViniciusIsola-RMartins_F809_RF09_0.pdf.

Artigo: Suscetibilidade magnética do horizonte B de solos do Estado do Paraná. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832010000200006

Artigo: a história do eletromagnetismo e o fenômeno da supercondutividade
Disponível em: http://pt.slideshare.net/camargolucy/a-histria-do-eletromagnetismo-e-o-fenmeno-da-supercondutividade

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